ALEXANDRE SEQUEIRA E ROSÂNGELA RENNÓ CONVERSAM COM O PÚBLICO

Palestra “Fotografia como encontro”, ministrada por Alexandre Sequeira, integrou a programação deste sábado, junto com mesa redonda que reuniu Rosângela Rennó, Lucia Capanema e Maria Angélica Melendi

O FIF – Festival Internacional de Fotografia promoveu mais uma palestra na programação deste sábado, dia 20. Alexandre Sequeira, que ministrou o workshop “Construção de Poéticas” entre os dias 15 e 17 de julho, no FIF-BH, conversou com o público na palestra “Fotografia como encontro”.

O artista plástico e fotógrafo desenvolve trabalhos que estabelecem relações entre fotografia e alteridade social, utilizando a imagem como vetor de interação e troca de impressões com indivíduos ou grupos. Um exemplo é a série “Espaços do afeto” que traz um roteiro da memória e experiência afetiva na cidade. A câmera pin-hole utilizada produz uma imagem enevoada que se converte em luz envolta em sombra.

Em outra série, “Nazaré do Mocajuba”, desenvolvida entre 2004 e 2005, Alexandre foi até uma pequena vila de pescadores localizada no município de Curuçá, no nordeste do estado do Pará, sua terra natal. O artista retrata os moradores da vila e reproduz suas imagens sobre objetos pessoais como cortinas, toalhas de mesa, lençóis ou redes. O resultado são dez peças com imagens fotográficas impressas serigraficamente sobre sua superfície, além de dez fotos que registram esses trabalhos na residência de cada fotografado. Saiba mais sobre o trabalho de Alexandre Sequeira aqui.

Menos Valia [Leilão]

Ao final da tarde, Rosângela Rennó, Lucia Capanema e Maria Angélica Melendi (Piti) se reuniram no CentoeQuatro para discutir Menos Valia [leilão], de Rosângela Rennó. O livro é o última etapa da obra de mesmo nome apresentada em 2010 na 29ª Bienal de Arte de São Paulo. Rosângela Rennó reuniu 73 objetos comprados em mercados de pulgas em diversos países e expôs na Bienal, junto com anúncio em que apresentava onde os objetos foram comprados e por qual valor. Todos os itens foram leiloados ao final do evento.

A exposição, o leilão, o envolvimento do público, a sala vazia depois da venda – tudo fazia parte do trabalho. O livro traz o relato de todo esse processo, além da descrição dos objetos vendidos, o valor de compra e o montante arrecadado. Menos valia [leilão] aborda questões como a memória afetiva e a atribuição de valor, além de provocar reflexões sobre o mercado de arte.

Entre Tupinambás e Amazonas

O último dia das projeções dos ensaios autorais produzidos dentro do FIF-BH foi realizado a partir das 20 horas, nos arredores da Praça Sete, em um prédio na esquina entre Rua dos Tupinambás e Av. Amazonas.

Os ensaios projetados são um desdobramento da Maratona Fotográfica, atividade do FIF-BH que reuniu 20 fotógrafos, orientados por quatro artistas – Leo Drumond, Leonardo Costa Braga, Rodrigo Mendes e Daniel Moreira – para a produção de imagens na cidade de Belo Horizonte. Entre os dias 5 e 15 de julho, foram realizados cinco encontros voltados para a reflexão em torno da produção das fotografias. Desde o dia 17, os trabalhos estão sendo projetados em prédios da cidade.

Texto: Cobertura Colaborativa  FIF-BH 2013